Dia dos Namorados é teste para a logística do varejo e oportunidade para consumidor

0
652

Desempenho nas melhores datas comemorativas do ano para as vendas pode ser prejudicado por questões como a ruptura e a falta de planejamento

 

O varejo aguarda com ansiedade o Dia dos Namorados, assim como acontece no Natal e Dia das Mães, afinal essas datas são as melhores ocasiões do calendário comemorativo para o lojista.

 

Campanhas de marketing sazonais são comuns para os grandes varejistas e também para segmentos importantes voltados para o público feminino, como o de cosméticos e moda. No entanto, toda essa expectativa pode ser frustrada se não houver um esforço logístico para garantir o produto certo, em quantidades adequadas à demanda, na gôndola.

 

De acordo com estimativas de mercado, quase 70% dos varejistas não conseguem prever atrasos de abastecimento e entrega de seus próprios produtos. Problema para as empresas? Pode ser também vantagem para o consumidor que, se estiver atento e dispor de certa flexibilidade de datas, pode aproveitar o pós-feriado com promoções e descontos.

Leia também: 85% da ruptura no varejo pode ser evitada dentro das lojas

Na opinião de Eduardo Sanches, especialista da Diagma Consultoria em Supply Chain, além da falta de planejamento, uma das principais ameaças para o bom desempenho de vendas sazonais é o risco de ruptura, ou seja, a falta de produto na gôndola do ponto de venda, no momento em que o consumidor ali o procura. “A ruptura é um risco potencializado em épocas como o dia das mães e dosnamorados. Cerca de 10% do faturamento das lojas é comprometido com as rupturas”, explica Eduardo.

 

Em sua avaliação, a cadeia do varejo aumentou tanto em complexidade nos últimos tempos, inclusive com o impacto do e-commerce, que eventuais ganhos em processo não são refletidos na redução da ruptura. “São literalmente centenas de milhares de itens diferentes para serem produzidos, transportados e estocados”, lembra o especialista da Diagma.

O varejo, em resposta à evolução do perfil do shopper (comprador), multiplicou os formatos de loja. Regiões onde antes havia apenas um imenso centro de compras (formato hiper) passaram a ter muitas pequenas e médias lojas, eventualmente, uma grande. E cada cluster (combinação de tamanho de loja com região e cliente-alvo) pede um sortimento de produtos distintos.

“Imaginem o que é pilotar toda essa complexidade. Não é de estranhar que, por vezes, algum produto fique esquecido em um elo da cadeia, e falte na prateleira”, afirma o consultor.

Para ele, nenhuma empresa sozinha seria capaz de gerenciar essa operação gigantesca e resolver seus inúmeros problemas. “É preciso levar a aplicação do conceito de Supply Chain Management ainda mais longe, para fazer frente ao desafio da ruptura, principalmente em momentos de grande consumo, como as datas comemorativas”, completa.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here