Artigo: 10 grandes tendências do mercado de entregas para o e-commerce em 2017

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Os números animadores registrados pelo e-commerce no Brasil nos últimos anos, mesmo com a economia estagnada, fizeram surgir no mercado um movimento de transportadoras privadas que estão adequando sua estrutura para atender o setor. Um negócio atraente, mas cercado de desafios estratégicos e particularidades que exigem um acompanhamento constante das novas dinâmicas deste mercado.

E qualquer profissional que atue na área não pode colocar os pés em 2017 sem conhecer as tendências mais quentes do setor de entregas para o e-commerce. Listo alguma delas no artigo abaixo:

1 – Fim do e-SEDEX

Em Novembro de 2016, os Correios anunciaram que o serviço mais popular de entregas para o e-commerce de pequeno e médio porte está com os dias contados. No último dia 15, através de uma ação movida pela Associação Brasileira de Franquias Postais, uma liminar revogou a decisão. Porém basta uma assinatura do Conselho para que ela perca a validade.

Independente dos próximo passos, essa discussão já deixou suas marcas. Entre anúncios de reajustes emergenciais e discussões sem fim, empresários do setor já se sentem órfãos do serviço. Para preencher essa lacuna, transportadoras privadas começam a lançar novos serviços de frete para atender este público, com mais qualidade e preço competitivo. A Total Express, por exemplo, lança em fevereiro o e-TOTAL, solução de entrega com preço acessível ao e-commerce que de pequeno e médio porte que poderá ser contratada online de forma simples e fácil.

2 – Baixa mobile de entregas para agilizar a troca de informação

Nem hoje ao final do dia, nem amanhã. Cada vez mais o status das entregas deve chegar aos consumidores e embarcadores em tempo real. A utilização em massa de smartphones e o barateamento do desenvolvimento de apps de entrega vêm pressionando transportadores a aderir ao serviço. Transportadoras mais estruturadas já estão oferecendo o serviço que não sem limita apenas a baixa de entrega. Seja para comprovar que estiveram no local ou para que o entregador espere 15 minutos enquanto um consumidor volta da padaria, as oportunidades de integração são imensas.

Só assim uma não conformidade pode ser resolvida sem machucar muito o prazo da entrega e onerar toda a cadeia com novas tentativas de entrega. Em se tratando de um país com dimensões continentais como o Brasil, a baixa mobile agiliza o fluxo de informações e também contribui na redução de custos, já que põe fim à digitalização manual e/ou envio físico dos recibos de entrega.

3 – Roteirização urbana dinâmica

Aplicativos como WAZE e Google Maps já sinalizam há alguns anos que qualquer rota pode ficar ultrapassada em poucos minutos. E contar com uma roteirização pouco flexível em cidades que sofrem com o transito e restrições de circulação, significa correr o risco de parte da carga não sair do veículo no dia programado.

A roteirização dinâmica refaz as rotas de acordo com os imprevistos de trânsito, maximiza minimiza os custos de entrega e entra como tecnologia obrigatória para auxiliar no cumprimento dos prazos combinados com o embarcador. Até então deixada de lado por transportadoras de médio e grande porte, as novas opções de conectividade em tempo real serão a bola da vez para empresas de software de roteirização.

4 – Aumento do número de embarcadores regionais

O cenário de crise despertou em muitos profissionais o desejo de empreender, e os custos atraentes de colocar um e-commerce no ar fizeram com que o negócio tenha se tornado a principal escolha dos que querem começar um negócio próprio. O SEBRAE, por exemplo, estima que 42% das lojas virtuais já estão localizadas fora do Sudeste.
Uma realidade que expõe um dos principais desafios logísticos das transportadoras, que é acertar a equação entre coletar e entregar com qualidade e agilidade a carga dos milhares de e-commerces espalhados pelo Brasil, sendo que muitos ainda trabalham de maneira informal e com baixos volumes.

Para atender ao mercado, a Total Express hoje conta com 8 unidades regionais nas cidades de Belo Horizonte (MG), Blumenau (SC), Caçapava (SP), Campinas (SP), Curitiba (PR), Ribeirão Preto (SP), São Jose do Rio Preto (SP) e Sorocaba (SP). Até o final de 2017 a previsão é de chegar a 30 novas cidades.

5 – Mudança de localidade de alguns embarcadores devido às novas regras de partilha tributária

A nova lei de partilha fiscal entre estados (Emenda Constitucional 87/2015 – convênio ICMS 93/2015) define que o imposto será recolhido no destino de envio das mercadorias (hoje parcial, porém 100% no destino em 2019). Com isso, embarcadores que definiram a origem de suas operações com base na isenção do ICMS oferecida por alguns municípios e estados, estão revendo suas decisões. O custo logístico volta a ter um peso importante nas operações e estar próximo aos polos consumidores passa a ser ainda mais estratégico.

Alguns municípios ainda seguem oferecendo isenções de impostos locais, como ISS e IPTU, e o que tem direcionado as migrações para munícios como Extrema e BH, em Minas Gerais, ou Serra e Vieira, no Espirito Santo.

6 – Maior integração entre embarcadores, transportadoras e consumidores

Automatizar o fluxo de informações entre embarcadores, transportadoras e consumidores passa a ser ainda mais estratégico no mercado de entrega para e-commerce no próximo ano. A prática reduz custos, agiliza processos, garante agendamentos mais assertivos de coleta, melhora a programação da operação em função do volume do embarcador e facilita o rastreamento de encomendas pelos consumidores. O e-commerce brasileiro ainda é marcado por alta sazonalidade e a utilização de ferramentas de S&OP entre embarcadores e transportadoras também deve ser uma tendência.

Enfim, melhora a eficiência da operação de uma forma geral e essa é a palavra de ordem para a transportadora ganhar competitividade no mercado.

7 – Um serviço de entrega para cada perfil de cliente

O frete grátis aos poucos deixa de ser uma realidade no Brasil à medida que o consumidor vai se habituando a comprar em lojas virtuais e, consequentemente, a pagar o custo de frete.

No lugar, entram os serviços diferenciados de entrega, onde o próprio consumidor é quem escolhe o prazo de recebimento de sua compra, mediante um pagamento menor ou maior, dependendo do tempo que está disposto a esperar para receber. Para isso, as transportadoras especializadas em e-commerce precisam ter um portfólio de produtos que atenda às novas necessidades do consumidor, entre elas, receber sua encomenda apenas algumas horas após a realização da compra.

8 –  Click and Collect – Retiradas e entregas em pontos avançados

O conceito de omni channel é a grande mudança no comportamento de compra do consumidor. Hoje ele é multicanal, ou seja, compra em diversos canais e pode cruzar compras em ambientes distintos. Aplicando isso na logística, há o consumidor que prefira retirar suas compras em um posto avançado, que pode ser uma loja, banca de revista ou lockers, em troca de agilidade e praticidade. Para o transportador, significa adequação de sua operação para entrar em lojas e shoppings centers com regras rígidas e horários restritos para o recebimento de carga.

9 – Automação de processos
Em um mercado onde a concorrência é alta, as margens apertadíssimas e o volume de entregas cresce a cada ano, como no de logística para e-commerce, a automação de processos chega como um investimento definitivo para o transportador que quer reduzir custos, ter um controle maior de suas entregas, e cumprir os prazos combinados com a loja virtual.

10 – Logística reversa como arma para ampliar vendas do e-commerce

O grande temor dos consumidores brasileiros que até então não tiveram sua primeira experiência com compra em loja virtual era a ausência de informações sobre troca de produto. Desde que o e-commerce entrou na legislação de proteção ao consumidor, o lojista tem utilizado a logística reversa para atrair e fidelizar clientes. E o modelo de coleta destes produtos ainda é visto como um mistério por muitas transportadoras. Mas de 2017 em diante, a transportadora que não investir neste produto correrá o risco de perder embarcadores.
Bruno Tortorello, diretor Geral da Total Express e Eduardo Peixoto, diretor de Produtos e Qualidade da Total Express

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